“Coragem aqui morreu com o índio Poty”, diz advogado Ricardo Sobral

Por Ricardo Sobral

No Nordeste – e a Bahia é Nordeste, mesmo o baiano pensando que é suldestino – quem tem coragem de brigar é o pernambucano.
Pernambuco foi a província que mais se rebelou contra a Corôa Portuguesa. A cada revolta amputavam-lhe um pedaço do seu território. Se fosse em Pernambuco, poderia haver uma reação. Na Bahia, povo indolente e luxurioso, vai ficar nesse protesto do farol da Barra.
Aqui no RN, nem protesto acontece. Chega aqui uma alma sebosa fecha tudo e todo mundo baixa a cabeça, aceita a canga com facilidade. O norteriograndense – dói observar o fenômeno – é o povo mais medroso do Brasil. Coragem aqui morreu com o índio Poty.
Aliás, dizem que Felipe Camarão, grande guerreiro, nasceu em Pernambuco.
Só pode ser.

Portaria do Futuro: tendência que promete alavancar a segurança eletrônica em condomínios

Com a promessa de oferecer mais segurança e mais economia, o sistema de portaria remota é um bom exemplo de tecnologia aplicada aos condomínios e que deve alavancar a segurança eletrônica em 2021. Tendência em países da Europa, essa inovação tecnológica ganhou as regiões Sul e Sudeste do Brasil há alguns anos, mas agora está conquistando também os nordestinos.

A portaria remota é um exemplo perfeito de impacto na vida dos condôminos e é capaz de promover, de forma positiva, uma mudança de cultura e costumes. Aos poucos, os profissionais do setor têm mostrado o quanto essa inovação tecnológica pode facilitar os processos que envolvem segurança, comunicação, eficiência e praticidade.

Com a ajuda de uma central de monitoramento, a portaria remota permite o controle de acesso de visitantes e prestadores de serviços à distância. Para que tudo isso funcione perfeitamente, o condomínio precisa contratar uma empresa especializada e investir em uma aparelhagem que consiste em câmeras de segurança, sistema de identificação de moradores e conexão de internet para que as imagens sejam transmitidas em tempo real. Com a tecnologia adquirida, um interfone virtual passa a funcionar no celular dos condôminos, comunicando sem fio com a portaria do empreendimento e/ou portaria remota.

Entre as principais vantagens deste modelo de portaria estão a segurança, a eficiência, a economia e, ainda, a redução de ações trabalhistas. “A segurança é, sem dúvida, o ponto mais forte da portaria remota, uma vez que desenvolvemos sistemas inteligentes e integrados. As portarias virtuais trazem agilidade e facilidade nas entradas e saídas de pessoas, visitantes e entregas. Isso porque tudo pode ser feito através de permissões pré-definidas pelos próprios moradores ou proprietários, como reconhecimento facial e biometria. Além de oferecer uma redução de custos, em alguns casos, de até 50%, em tempos de pandemia é essencial para evitar o contato com outras pessoas”, pontua Silvânia Melo, gerente administrativa da Personal Terceirização e Monitoramento.

NÚMEROS

No Brasil, mais de 500 mil condomínios já adotaram a tendência. Em 2019, a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) previu uma alta de 30% no setor de portaria e monitoramento remoto para 2020. Com a pandemia, esse crescimento se consolidou e especialistas preveem que, em 2021, os números sejam ainda maiores. A pesquisa da Abese também apontou que as regiões Sul e Sudeste são as que mais concentram este serviço, sendo São Paulo a cidade com maior adesão, somando 43%. O estado é seguido por Paraná (13%), Rio Grande do Sul (9,2%) e Rio de Janeiro (8,4%).

Rogério Marinho atua como pré-candidato

O ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, tem se comportado como pré-candidato a um cargo eletivo nas eleições de 2022, que poderá ser governador do Estado, senador ou deputado federal. Nesta última semana ele visitou vários municípios do Rio Grande do Norte levando obras do governo federal, conversando com lideranças políticas (principalmente prefeitos) e participando de programas de rádio, onde manteve entendimentos administrativos e políticos, também. Rogério Marinho tem se constituído numa espécie de porta-voz do presidente Jair Bolsonaro com a missão de aproximá-lo do eleitorado nordestino. Habilidoso politicamente, Rogério demonstra capacidade de articulação e aglutinação para unir o grupo político do presidente no Estado e em consequência construir candidaturas fortes e competitivas, tanto ao governo do Estado, quanto à presidência de República, evidentemente. Entre os nomes do sistema “bolsonarista” para governador, destacam-se ainda, Fábio Faria, deputados general Girão Monteiro, Walter Alves, Beto Rosado, Benes Leocádio, Carla Dickson, Ezequiel Ferreira, Tomba Farias, Gustavo Carvalho, José Dias e Álvaro Dias, atual prefeito de Natal. De acordo com o deputado Girão Monteiro, todos esses nomes estão credenciados para disputar o governo pelos serviços prestados ao Rio Grande do Norte, entretanto, entende ser necessária a busca da união do grupo político de oposição ao governo estadual para que seja construída uma chapa forte com condições de vitória nas urnas em 2022. A governadora Fátima Bezerra, do PT, que deverá ser a opositora, não vive um bom momento, mas mesmo assim, líderes da oposição entendem que na condição de candidata, Fátima Bezerra não deve ser subestimada, pois diz o adágio popular que vitória só pode ser comemorada após a abertura das urnas.

Girão diz que governo do PT aterroriza a população

O deputado do PSL, General Girão Monteiro, voltou a criticar o posicionamento do governo do PT no combate à pandemia no Estado. “O governo do PT está utilizando o COVID para aterrorizar a população”, disse o deputado, que é um dos nomes do sistema bolsonarista que poderão ser candidato a governador nas eleições do próximo ano. Ele disse ainda que o governo do PT está impedindo que os médicos ministrem a medicação preventiva ao vírus. “Querem quebrar o Brasil”, ressaltou, questionando em seguida: “o fechamento resolveu alguma coisa”. Perguntado sobre sucessão estadual, o deputado do PSL diz defender a união do seu grupo político de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, citando os nomes de Ezequiel Ferreira, Fábio Faria, Rogério Marinho, Beto Rosado, João Maia, Walter Alves e Carla Dickson como nomes fortes e representativos para se indicar o candidato a governador do Estado.

Abrir ou Fechar? Eis a Questão

Por Henrique Santana

Dentre tantas dúvidas relacionadas à Covid-19, uma assertiva parece ser o entendimento, na maioria, de que o isolamento social é indispensável no conjunto de ações na guerra da pandemia. Essa maioria é formada por grupos científicos e essa orientação está incorporada nas políticas de saúde em todo o mundo. O atual nível de desenvolvimento da ciência que trata desse assunto identifica claramente as formas de contágio, propagação e imunização do coronavírus, intuindo pelas principais práticas que evitam esse contágio antes da vacina: máscaras, higiene e distanciamento. Busca-se reduzir os picos de contaminação pelo vírus e os consequentes óbitos, “achatando a curva pandêmica”, possibilitando um atendimento hospitalar e funerário minimamente digno, constatando-se o iminente colapso desses serviços. No caso da redução da mobilidade, ensejam-se decisões que determinam a proibição de aglomerações, estímulo ao teletrabalho e a obrigação do fechamento de serviços e comércio não essenciais e de escolas. Muitas dessas ações impactam negativamente o nível da atividade econômica, sobremaneira. A deterioração da economia no Brasil vem expondo mazelas sociais que estavam escondidas e que sugerem uma catástrofe humanitária sem precedentes. Não se pode deixar de reconhecer o drama por que esses grupos passam. Os que não têm condições de garantir recursos mínimos de sobrevivência durante essa emergência, os mais vulneráveis, estão passando momentos de muita aflição e devem ser considerados como prioridade nas políticas de enfrentamento da Covid-19. Entre esses, os pobres e desempregados, mais ainda, pois incluem a fome no seu infortúnio. Mas creditar a causa desses problemas nas decisões dos governos, em suas diversas instâncias, fomentando a controvérsia entre salvar vidas ou a economia, aparenta-nos ser injusto. As dúvidas quanto ao comportamento dessa doença, como as suas sequelas, vêm desnorteando a governança do assunto em todo o planeta. Abrir ou fechar é a grande questão. Qual a medida desse remédio? Qual é a proporção que maximiza os benefícios do distanciamento social na luta contra esse vírus, versus a redução dos impactos econômicos em cada realidade local? Esse dilema está destruindo a imagem da autoridade responsável pela decisão de “o que fazer?”. Reclamar desses governantes a baixa disponibilidade dos serviços de saúde que obriga essas medidas drásticas, responsabilizá-los pela morosidade na vacinação e cobrar a inquestionável necessidade de proteção social aos mais vulneráveis nos parece justo. Culpar as decisões quanto ao distanciamento social como únicas causas desse desastre requer uma análise mais ponderada.

Henrique Santana é engenheiro civil, mestre e doutor em desenvolvimento e meio ambiente pela UFRN.